Conheça o UFSC Titans, equipe de e-sports que representa a universidade em competições
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem times de representação esportiva em diversas áreas, seja na prática de esportes físicos, como o time de futebol, esportes intelectuais como xadrez e até mesmo nos esportes eletrônicos (E-sports) com o UFSC Titans. Esse é o nome do time que representa a universidade em competições de e-sports desde 2020, quando foi fundado por Lucas Dias, como um projeto de inovação em uma das aulas do curso de graduação em Engenharia de Controle e Automação, do qual é egresso.
Os Titans da UFSC não são os primeiros integrantes a praticarem jogos e modalidades de e-sports na universidade. Algumas atléticas contam com alguns atletas de e-sports em suas equipes, porém, não como foco principal. O time de titans é o primeiro e até o momento o único voltado apenas para a prática de esportes eletrônicos e que representa a UFSC.
Chegando ao seu terceiro ano de fundação, os titans são compostos atualmente por mais de 50 pessoas, contando com os integrantes da organização, da comunicação da equipe, os técnico de cada modalidade, além da direção e coordenação da equipe, que é hoje é de responsabilidade da acadêmica do curso de graduação em engenharia de controle e automação da UFSC campus Blumenau, Letícia Marques Bauler, que auxiliava Lucas no comando do time desde o começo.
Com relação aos jogos e modalidades que o time pratica, a escolha leva em conta as demandas do cenário de competição universitário. “Os jogos e modalidades de treino são definidos de acordo com o cenário universitário. Vemos os jogos que serão disputados em competições das federações e montamos nossas equipes”, afirma Letícia. Hoje o UFSC Titans realiza treinamentos e disputa competições em mais de 10 modalidades de jogos, incluindo modalidades mistas e femininas, com diversos jogos, sendo esses de console (PS4) ou computador (desktop). Dentre os jogos praticados estão: CS GO, League of Legends (Lol), Valorant, Clash Royale, Hearthstone, Rocket league, Street fighter 5 e FIFA 23. Nos casos dos jogos Lol e Valorant, esses são os únicos que os Titans disputam também com equipes femininas.
Para fazer parte da equipe da equipe, são realizadas diferentes etapas com os candidatos, para compreender em que parte do time entrarão. São realizadas seletivas, entrevistas e gameplays com os candidatos e com relação também a cada jogo e modalidade que desejam disputar pela equipe. Assim, os candidatos que obtêm as melhores classificações nos rankings de seus jogos, são escolhidos para o time e representam a universidade em competições.“Temos espaço para todos, para os experientes nos jogos, que nos ajudarão nas competições e também para quem busca aprender e quer começar a jogar”, afirma Letícia.
Com relação às participações em competições, o UFSC Titans vem de um ótimo retrospecto. O time foi até Joaçaba para disputar a última edição dos Jogos Universitários Catarinenses (JUC’s) de 2022 e conquistou a vaga para representar o estado catarinense nos Jogos Brasileiros Universitários (JUB’s) em três jogos diferentes, sendo, CSGO, LoL e FIFA. Nas disputas de Fifa, a equipe feminina se classificou em primeiro lugar e a masculina em segundo, no CSGO a equipe conquistou a segunda colocação e nas disputas de LoL, também se classificaram na primeira colocação.
Agora o time segue em preparação para representar a UFSC no JUC’s e também nos JUB’s nas próximas edições e levar as taças em todos os jogos que disputar, para casa.
Preconceito, desigualdade e a representação feminina no cenário dos e-sports
“Acredito que ainda hoje haja certo preconceito com relação aos jogos e a atletas de e-sports, porém acho que sejam advindos mais de pessoas conservadoras que não enxergam os games como um mercado de trabalho”, conta Letícia. De acordo com dados da pesquisa Game Brasil de 2022, cerca de 74,5% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos, número que teve um aumento de 2,5% com relação aos anos anteriores.
Além disso, a pesquisa ainda aponta que no Brasil atualmente há cerca de 67 milhões de gamers que ganham a vida com os e-sports. A principal atividade desses gamers são lives com gameplays e lives ensinando a jogar determinados jogos ou até mesmo narrando alguns dos jogos. Dentre os gamers abordados na pesquisa, 51% são mulheres.
Apesar de serem maioria no cenário de games, a presença da mulher ainda é tida com desigualdade no meio dos e-sports. “Não há muita igualdade nos jogos. É um ambiente muito machista ainda. Geralmente quando percebem que estão jogando com mulheres, os homens desmerece e até xingam, o que acaba afastando as mulheres da prática dos games e isso tem que mudar”, enfatiza Letícia.